10 incríveis adaptações dos animais.
A natureza sempre tenta conquistar e superar qualquer ambiente hostil
que forças implacáveis do planeta conseguiram criar. É exatamente em tais
condições extremas que o mundo natural pode ser mais admirável. Confira dez
adaptações animais que garantiram sua sobrevivência nas piores situações:
Peixes são animais de sangue frio, o que significa que quanto menor a
temperatura de seu entorno, mais difícil é para eles manter suas funções
metabólicas. Além disso, conforme as temperaturas abaixam, cristais de gelo se
formam nas células de seu organismo, de forma que o animal pode sofrer danos
irreversíveis e até morrer. No entanto, peixes árticos, mesmo sem poder gerar
calor pro seu próprio corpo, como focas e outros mamíferos marinhos que vivem
nas mesmas águas congelantes fazem, parecem prosperar.
A maneira pela qual eles conseguem fazer isso intrigou os cientistas por
muito tempo. Mas, nos últimos anos, uma proteína anticongelante foi descoberta
no seu sangue, que impede a formação de cristais de gelo. Como esta proteína
funciona, no entanto, só foi desvendado há três anos em uma pesquisa realizada
pela Volkswagen (sim, o fabricante de carros). A proteína impede a formação de
gelo nas moléculas em seu entorno, permitindo assim que as células continuem o
seu ciclo de vida. As moléculas de água, que normalmente exibem um movimento de
dança, são desaceleradas pela proteína, o que dificulta a formação e quebra de
ligações que permitem a criação de gelo.
9-
Autocongelamento para sobrevivência
Enquanto peixes árticos evitam o congelamento, outros animais são
projetados justamente
para congelar, como uma medida de sobreviver à estação
fria. Várias espécies de sapos e tartarugas praticamente congelam durante o
inverno – pode-se realmente quebrar uma janela jogando um congelado, mas vivo,
sapo contra ela. Esses animais, então, milagrosamente descongelam de volta à
vida durante a primavera.
Esta forma notável de sobrevivência ao inverno é explicada pelo fato da
ureia e glucose (que vem a partir da transformação do glicogênio no fígado, que
ocorre antes dos animais congelarem) limitarem a quantidade de gelo e reduzirem
o encolhimento osmótico das células, o que, de outra forma, poderia matar os
bichos. Em outras palavras, açúcar permite que os animais sobrevivam. Existe,
no entanto, um limite para a sua resistência: embora pareçam rocha quando
congelados, a sobrevivência destes animais pode ser comprometida se mais de 65%
da água nos seus organismos congelar.
Nós ainda estamos no reino dos animais de sangue frio. Geralmente,
quanto menor um objeto é, mais difícil é manter seu calor. Além disso, sabemos
que os animais de sangue frio são geralmente bastante letárgicos e capazes de
apenas algumas “rajadas” de energia. No entanto, os insetos fogem desse comum e
são muito ativos.
Eles conseguem isso através da geração de calor no corpo por meios
químicos e mecânicos, geralmente a partir de movimento muscular rápido e
constante. Podemos traçar um paralelo entre insetos e aquecimento de um motor
diesel no inverno antes de iniciá-lo. Eles fazem isso não apenas para criar a
energia necessária para manter o voo, mas também para a proteção contra o frio
do inverno – como as abelhas se reunindo e “tremendo”, a fim de evitar o
congelamento.
Os protozoários, bactérias e esporos, bem como alguns nematódeos, fazem
enquistamento
(entram num estado de animação suspensa, separados do mundo
exterior por uma parede celular sólida) para suportar condições hostis por
longos períodos de tempo. Muito longos períodos de tempo. Na verdade, é por
isso que enquistamento é uma das realizações mais notáveis do mundo natural: os
cientistas conseguiram trazer de volta à vida bactérias e esporos de milhões de
anos de idade, o mais velho dos quais com aproximadamente 250 milhões de anos
(sim, mais velho do que os dinossauros).
Manter-se fresco é um
desafio em áreas tropicais, especialmente quando os animais são maiores ou mais
enérgicos. Radiadores naturais são uma maneira eficiente de reduzir a
temperatura do corpo: por exemplo, as orelhas do elefante e do coelho são
cheias de vasos sanguíneos, ajudando o animal a resfriar seu corpo no calor. Os
coelhos que vivem em áreas do Ártico têm as orelhas menores, como mamutes
tinham, a fim de proteger-se do frio.
Ser muito grande pode
ser uma desvantagem para as criaturas que vivem em áreas tropicais, pois elas
constantemente precisam diminuir a temperatura do corpo. Em águas
frias, no
entanto, grandes criaturas de sangue frio podem prosperar e ser bastante
enérgicas. O requisito para isso é o tamanho: megatermia é a capacidade de
gerar calor devido a massa corporal total, um fenômeno encontrado na
tartaruga-de-couro (a maior tartaruga do mundo) ou em grandes tubarões, como o
grande tubarão branco. A tartaruga-de-couro é o réptil mais rápido da Terra,
capaz de atingir velocidades de até 30 km/h em rajadas curtas.
4- Sangue oxigenado
Para operar em
ambientes extremos, alguns animais evoluíram diferentes tipos de composição do
sangue, como a baleia cachalote e o ganso-de-cabeça-listrada da Ásia. Ambas as
espécies têm uma incrível capacidade de armazenar muito mais oxigênio em suas
células do sangue do que outros animais. Eles precisam disso por razões
similares: para sobreviver em ambientes com pouco oxigênio. A cachalote precisa
prender a respiração por muito tempo devido ao fato de que submerge a grandes
profundidades em busca de comida, enquanto os gansos precisam manter um voo
enérgico sobre o Himalaia, sendo que naquelas altitudes o ar é bastante pobre
em oxigênio.
3- Adaptações respiratórias
Em áreas tropicais e
equatoriais, a alternância das estações pode ser “incômoda” para
muitos
animais. A estação das chuvas pode significar inundações frequentes em que
muitos animais terrestres perdem a vida, enquanto a estação seca significa
falta de água, o que, naturalmente, é ruim para todos. Entre os animais para os
quais a natureza tem feito grandes esforços para garantir a sua sobrevivência
estão os peixes que “respiram”. Dipnoicos, os peixes pulmonados, têm um saco de
muco para proteger-se através da seca. Já algumas espécies de bagres e enguias
não só respiram ar, mas também viajam por terra entre poças de água. Estes
peixes conseguem tirar o oxigênio do ar não por meio de pulmões ou brânquias,
mas através do uso de uma área especializada de seus intestinos.
2- Fontes infernais e sua vida rica
Desde sua descoberta, as fontes hidrotermais têm intrigado muitos
cientistas por causa de sua vida submarina. A temperatura das águas que cercam
estas aberturas excedem o ponto de ebulição, e a enorme pressão dessas
profundezas impede quaisquer bolhas de aparecer. Jatos de sulfureto de
hidrogênio são constantemente lançados das aberturas, uma substância altamente tóxica
para a maioria das formas de vida.
No entanto, essas aberturas infernais são muitas vezes cercadas por
colônias de várias espécies selvagens, a maioria das quais, obviamente,
prospera em um mundo tóxico, sem sol. Essas criaturas têm conseguido lidar com
a falta de luz solar (que sabemos que é uma parte vital para a maioria dos
seres vivos, uma vez que provoca a síntese de vitamina D) e com temperaturas
absurdas. Do ponto de vista evolutivo, essas criaturas são bem simples. Os
cientistas agora tentam descobrir se essas aberturas foram os ambientes onde a
vida primeiro surgiu, cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.
1- Colonização
desafiadora
Uma espécie de
papagaio nativa da Nicarágua (Aratinga holochlora) faz ninhos na cratera
do
vulcão Masaya. A cratera constantemente solta gases sulfurosos bastante
letais. Como estes papagaios conseguem viver em um ambiente que mataria seres
humanos e outros animais em questão de minutos ainda é um mistério para os
cientistas, e prova que a Mãe Natureza, em sua determinação de vencer, não se
deixa intimidar com muita facilidade. Considerando que a fauna que vive perto
de aberturas tóxicas em águas profundas teve milhões de anos de evolução para
se adaptar a viver ali, os papagaios da cratera do vulcão Masaya adotaram este
estilo de vida só “recentemente”. Ao estudar essas espécies ousadas, o homem
pode alcançar uma melhor compreensão de como essa maravilha do universo – a
evolução – ocorre.